Dra. Sandra Maria Chemin Seabra da Silva

Entrevista cedida pela Dra. Sandra Maria Chemin Seabra da Silva

APAN: Quais os motivos que a levaram a escolher a Nutrição como profissão?

Minha irmã mais velha cursou o Técnico de Nutrição e sempre a via estudar e discutir Nutrição e Alimentos. Acho que fui contaminada desde os 7 anos.

APAN: Qual(is) sua(s) áreas(s) de atuação e quais as mudanças mais significativas que você pode perceber no decorrer dos anos?

Minha área é Ensino e Pesquisa. Acredito que esta área sofreu as maiores modificações nos últimos 10 anos. Com o advento de novas tecnologias, a Ciência da Nutrição mudou, bem como a forma de ensinar. Hoje o aluno não fica assistindo aula passivamente, ele participa ativamente e quando isto não ocorre, apela para as redes sociais. O uso das tecnologias tem o potencial de modificar o modo de pensar, de ensinar e de aprender, e é preciso saber usá-las em pró do ensino e pesquisa. Por outro lado, a Ciência da Nutrição tem mostrado atualmente um grande crescimento de conhecimentos. No entanto, a rapidez na produção do saber não pode ser desacompanhada do senso crítico quando a mesma é discutida com os alunos. Conhecer o funcionamento e o processo das descobertas de fenômenos estudados na Ciência da Nutrição é um desafio que se impõe constantemente na área de Ensino e Pesquisa.

APAN: Você se lembra de alguma passagem de sua história na Nutrição que conte um pouco da trajetória da profissão?

Quando Coordenava a Comissão de Formação Profissional do CFN (2001), soube por intermédio de uma colega do Recife, que na semana seguinte seriam relatadas no CNE as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Medicina e Enfermagem. Como já tinha tido um bom volume de discussão, pedi para esta profissional verificar com o relator se poderíamos incluir as Diretrizes de Nutrição. A resposta foi positiva, desde que as formatássemos em 4 dias. Pedi uma reunião urgente com representantes de outros regionais e cumprimos o prazo. Assim, nossas Diretrizes foram, juntamente com estes outros 2 cursos, as primeiras a serem instituídas (Resolução CNE/CES no. 5 de 7 de novembro de 2001).

APAN: Para você até onde a ciência da Nutrição pode chegar?

Não tem limite. Hoje nossas maiores discussões estão embasadas no Comportamento Alimentar e na Genômica Nutricional, amanhã ninguém sabe.

APAN: Qual o papel das entidades de classe no desenvolvimento do profissional e da ciência da nutrição?

Assim como em outros países, as Associações Científicas - ASBRAN e as filiadas - tem papel fundamental de estabelecer protocolos técnico-científicos. Aqui no Brasil, tem a função primordial de contribuir e estimular o crescimento da Ciência da Nutrição, cooperando para o aperfeiçoamento da prática da Alimentação e Nutrição.

APAN: A Nutrição é ainda uma profissão do futuro ou já é do presente?

Do presente. Nossa profissão é multifacetada, ou seja, ao mesmo tempo que utilizamos tecnologias de ponta, adquirimos novos conhecimentos sobre as funções das substâncias alimentares, não podemos perder de vista a valorização da técnica dietética, pois o alimento é o instrumento de trabalho do nutricionista e que instiga a preservação e/ou recuperação da saúde.

APAN: Qual a sua mensagem para os estudantes de Nutrição?

Lembrem-se: para ser Nutricionista é preciso gostar de Ser Humano e gostar do Ser Humano.

APAN: Faça algum comentário que na sua opinião seja importante para o profissional de Nutrição.

Acreditem sempre que a Nutrição é a mola propulsora do desenvolvimento da humanidade.

(Repost de publicação)